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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Nem inebriantes, nem adocicados.

Poemas não são feitos,
necessàriamente,
por mãos delicadas,
mas por íntimos
carregados de amor
ou então,
 por íntimos
 demasiadamente acidentados.
Poemas,
têm pendências
 incrustradas na alma,
por vezes cheias de tristezas,
fàcilmente identificados
por olhos baixos.
Eles ocupam os meus dias.
Os meus
 são feitos com as mãos
e com o coração.
Escrevo sobre os meus
intermináveis sentimentos
como monge no mosteiro.
Como se tivesse
 todo o tempo do mundo
para esboçar o que vivo,
ou o que enterro.
Transcrevo,
muitas vezes,
como vinho
 que cheira nostalgia.
Como rebelde
desobedecendo regras.
Sou como fantasma que assusta,
como o silêncio do deserto
que aterroriza.
Sou pensamento que conversa
com o desconhecido,
palavras contínuas.
Sou como o sim que concorda,
como o não que denuncia.
Meus poemas são minhas luvas,
que esbofeteiam ou acaricíam.
Eles repousam em delírios,
riem e lacrimejam.
Eles surgem faiscantes
e desaparecem como estrelas
 que se afastam lentamente
nas noites frias da janela.
Os que muito advertem,
têm-se esquecido
no fundo das gavetas.
É que tenho rejeitado
 sonhos irrealizáveis.
Os românticos demais também.
Eles sempre se reiniciam
mas nem sempre restauram.
São naturalmente viçosos,
mas deixam o coração
 irremediàvelmente bôbo
condenssando largos sorrisos
ou muitos lamentos e chôros.

Cecília Fidelli.

Um comentário:

  1. Quando os sinos tocam.

    Poesia
    é um furor incendiário
    crescente.
    Um desatino incalculável.
    Um resquício de pranto,
    súplica
    que sussurra longamente.
    Poesia
    é um começo de religiosidade
    quando tecida
    de palavras fervorosas.
    Uma fé extrema.
    Um calvário.

    Cecília Fidelli.

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