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terça-feira, 5 de julho de 2011

Podemos mudar o rumo de muitas histórias.

Durante um confronto bélico,
um orfanato de missionários,
numa aldeia vietnamita,
foi atingido por várias bombas.
Os missionários e duas crianças
morreram na hora
e muitas ficaram feridas,
inclusive uma menina de 8 anos.
Através do rádio de uma aldeia vizinha,
os habitantes buscaram socorro dos americanos.
Um médico da Marinha e uma enfermeira chegaram
trazendo apenas maletas de primeiros socorros.
Perceberam logo
que o caso mais grave era o da menina.
Se não fossem tomadas providências imediatas,
ela morreria por perda de sangue.
Era urgente que se fizesse uma transfusão.
Saíram à procura de um doador
com o mesmo tipo sangüíneo.
Os americanos não tinham aquele tipo de sangue,
mas muitos órfãos que não tinham sido feridos
poderiam ser doadores.
O problema agora, era como pedir às crianças,
já que o médico conhecia
apenas algumas palavras em vietnamita
e a enfermeira tinha poucas noções de francês.
Usando uma mistura das duas línguas e muita gesticulação,
tentaram explicar aos assustados meninos que,
se não recolocassem o sangue perdido,
a menina morreria.
Então perguntaram se alguém queria doar sangue.
A resposta foi um silêncio de olhos arregalados.
Finalmente, uma mão levantou-se timidamente,
deixou-se cair e levantou de novo.
Ah, obrigada - disse a enfermeira em francês.
- Como é o seu nome?
O garoto respondeu em voz baixa: Heng.
Deitaram Heng rapidamente na maca,
esfregaram álcool em seu braço
e espetaram a agulha na veia.
Durante esses procedimentos,
Heng ficou calado e imóvel.
Passado um momento, deixou escapar um soluço
e cobriu depressa o rosto com a mão livre.
Está doendo, Heng? - perguntou o médico.
Heng abanou a cabeça, mas daí a pouco
escapou outro soluço
e mais uma vez tentou disfarçar.
O médico tornou a perguntar se doía,
e ele abanou a cabeça outra vez,
significando que não.
Mas os soluços ocasionais acabaram virando
um choro declarado,
silencioso, os olhos apertados,
o punho na boca para estancar os soluços.
O médico e a enfermeira ficaram preocupados.
Alguma coisa obviamente estava acontecendo.
Nesse instante, chegou uma enfermeira vietnamita,
enviada para ajudar.
Vendo a aflição do menino, falou com ele,
ouviu a resposta, e tornou a falar com voz terna,
acalmando-o.
Heng parou de chorar e olhou surpreso
para a enfermeira vietnamita.
Ela confirmou com a cabeça
e uma expressão de alívio
estampou-se no rosto do menino.
Então ela disse aos americanos:
Ele achou que estava morrendo.
Entendeu que vocês pediram para dar todo o sangue
para a menina poder viver.
E por que ele concordou? Perguntou o médico.
A enfermeira vietnamita repetiu a pergunta,
e Heng respondeu simplesmente:
Porque ela é minha amiga.

- Desconheço a autoria -
Acrescento:
- Para fazer o bem,
é sempre necessária a ação da vontade.

4 comentários:

  1. Há 36 anos encerrava-se a Guerra do Vietnã
    no sudeste asiático, uma das mais sangrentas
    do século XX.
    O conflito envolveu de um lado, a República
    do Vietnã (Vietnã do Sul), um país
    capitalista sob regime ditatorial e apoiada
    pelos EUA; e do outro, o Vietnã
    (Vietnã do Norte), apoiado
    pela Frente Nacional para a Libertação
    (FNL), comandados por Ho Chi Minh,
    de orientação comunista.
    As batalhas tiveram início em 1959
    e terminaram em 30 de abril de 1975.
    Ideologia e política,
    foram os principais motivos do conflito,
    em um momento histórico
    em que o mundo era dividido
    em dois blocos:
    comunista e capitalista.
    No ano de 1964, os EUA
    entraram na guerra de fato.
    Em território vietnamita,
    os norte-americanos perderam
    milhares de soldados, em um conflito
    que consumiu milhões vidas.
    A guerra terminou com a rendição
    das tropas sul-vietnamitas e a retirada
    dos militares norte-americanos.
    Entre vencedores e vencidos,
    ficaram as imagens que serviram,
    e servem, para alertar o mundo
    sobre os horrores da guerra.

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  2. O menino mostrou o que se convenciona chamar de humanidade, mas que não é encontrado com muita facilidade no meio humano. O mais surpreendente, para mim, foi a atitude dos norte-americanos ajudando vietnamitas, pois os relatos que conheci até hoje é que eles estavam em uma missão de extermínio, assim como hoje na Líbia e em muitos países mais. Mas é típico deste governo. Primeiro bombardeiam, depois posam de mocinhos.

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  3. Nem todos os seres estão condenados a praticarem
    o mal. Os mesmos que combatem os ocultam.

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  4. ..."Heng respondeu simplesmente:
    Porque ela é minha amiga."..A criança daria a vida p/ salvar a amiga... nestes confrontos guerrilheiros sempre os inocentes são as principais vítimas...mas, acho mto bom qdo a poetisa Cecília nos leva a refletir... e este texto abre-nos "dois paralelos"adversos: violencia e Partilha..fiquemos com aprendizado da doação... bjo procÊ, Stella

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