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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Contar nosso próprio tempo.


Só envelhecemos, quando vemos na vida,
apenas sofrimentos muito grandes.
Quando ignoramos que só o tempo
é o remédio mais eficaz pra todos os males.
Só envelhecemos, quando só temos lágrimas
e não sorrisos para oferecer.
Quando não aprendemos a ser compreensivos.
Só envelhecemos, quando trocamos a paz íntima,
pela insatisfação total e preservamos a vaidade.
Quando estamos morrendo pensando
em prestar contas e em acertar contas.
Só envelhecemos, quando temos pensamentos
mórbidos de fracasso$ e não reconhecemos
que sair derrotado da vida,
é não termos perdoado alguém,
ou não soubemos pedir perdão.
Só envelhecemos, quando não temos
consciência de que nada trouxemos ao
mundo quando chegamos, que nada
nos pertence, nada, e que é assim
que mais dia, menos dia vamos deixá-lo.
Só envelhecemos quando juntamos
apenas referências da juventude
mas não conservamos nosso espírito jovem.
Só envelhecemos, se não nos conduzirmos
por estradas que nos transformem
para melhor.
Só envelhecemos, quando não achamos mais graça
em jogar conversa fora, em catar conchinhas
na beira da praia, quando não consultamos mais
as crianças, sobre as ingenuidades da vida.
Só envelhecemos, quando nos sentimos
literalmente velhos.
Quando olhamos no espelho e só vemos beleza,
nas mãos de um cirurgião plástico.
E isso, certamente, nem depende de idade.
Só envelhecemos quando colocamos a mente
em lugar errado, em hora errada.
E ainda, só envelhecemos,
quando não esperamos mais pelo amanhã.

Cecília Fidelli.

5 comentários:

  1. Eu não consigo nem comentar esse seu poema!
    SENSACIONAL!!!!!!!!!!!!!

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  2. meus parabéns!!!além de desenhos,tbm amo muito a poesia!!!Renato Prado-desenhos

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  3. Nos porões de nós mesmos,
    as sobras do que fomos,
    do que somos e sabe-se lá do que seremos.
    A morte vai nos levar a todos, mas deixaremos alguma coisa.
    Quando nos avistarmos na eternidade, talvez vejamos a ponte.
    Pontes e mais pontes nos transportam a vários sentimentos.
    Nos reportam ao passado, como se a vida fosse vista por um diário.
    Voltamos à nossa própria história.
    Às nossas próprias histórias.
    Às vezes me sinto como se tivesse que rever alguém que eu amo.
    Rever, rever e rever.
    Ficar.
    Isso parece tanto com o que sentia na adolescência.
    Com a diferença que agora as coisas demoram muito mais pra acontecer.
    Que vontade de fazer tudo andar mais rápido.
    Mas, rápida é a saudade, o vazio, ocasiões nada especiais.
    Lembrar de tudo o que aconteceu com a chegada de uma esperança,
    de uma expectativa de viver outra vez sonhos, renovar o espírito...
    Talvez o medo de desaparecer ao longo dos anos se aflore assim,
    e isso não é como avistar uma paisagem.
    É como ir ou estar em outra paisagem, onde tudo em volta vá parar.
    Tempo.
    Haja tempo pra recuperar outros tempos.
    Mas quando se ascende em nós o sol da vontade, da esperança...
    Difícil apagar a luz de um sol tão intenso.
    O significado, os valores se transformam de tempos em tempos.
    Talvez pareça que porque escrevo, por ser poeta, exagero.
    Sinceramente, não sei como as outras pessoas de outros segmentos resolvem isso.
    Amanhã, certamente, e eu espero, vou estar me sentindo diferente.
    E falar de outras coisas. Melhores. Eu espero.

    Cecília Fidelli

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  4. A metade ou mais da gente, fica intalada em algumas frustrações.
    Frustrações podem tornar-se um dia emocionante.
    Viver a vida é fazer tese de vários temas,
    depois de passados pela prática.
    E as emoções vem do mês passado, do ano passado, de anos passados...
    Às vezes acreditamos que muitos anos de nossas vidas foram jogados fora,
    que nada valeu a pena, ou então que são bem novos.
    Meus anos passados estão lá no meu quarto.
    Pilhas de papéis com escritos que dariam uma novela, um romance...
    Aposto que você já viu esse filme antes.
    As minhas emoções mudam nos excessos de paranóias.
    Oscilam.
    Mas estão sempre trabalhando.
    Às vezes são brandas outras hostís.
    Não as mascaro.
    Seria como me fraudar.
    Isso, simplesmente, não é possível.
    Já fiz muita coisa contra mim mesma nessa minha vida.
    Mas isso nunca fiz, nunca faria.
    Sou uma filmadora, uma expectadora de mim mesma.

    Cecília Fidelli.

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